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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Petroleiros paralisam contra privatização da Transpetro

por SINDIPETRO AL/SE, ascom

Nesta sexta, 12 de junho, aniversário da Transpetro, infelizmente não há nada para comemorar. A Presidente Dilma (PT) e a nova diretoria da Petrobrás, encabeçada por Ademir Bendine, anunciaram a venda dos ativos da Petrobrás, dentre estes, a Transpetro. Os trabalhadores decidiram então transformar essa data em um dia nacional de paralisações.
Nas bases do Sindipetro AL/SE e da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), os trabalhadores em Aracaju (SE), do Tecarmo/Polo Atalaia, aprovaram em assembleia paralisação de 24h. Na Transpetro Maceió, em Alagoas, foi realizado atraso de duas horas. Como protesto, os trabalhadores se recusaram a participar do café da manhã promovido pela companhia em comemoração ao aniversário
Motivo do protesto
“Fruto de um fatiamento da Petrobrás no governo FHC (PSDB), após a quebra do monopólio estatal do petróleo, o aniversário da Transpetro coincide com um período de profundo desmonte do Sistema Petrobrás, orquestrado através do plano de desinvestimento que tem sido usado como resposta à crise da empresa e ao escândalo Lava Jato”, explica Fernando Borges, diretor do Sindipetro AL/SE.
Para o dirigente sindical, se nos governos do PSDB a tática era a privatização direta, desde os governos do PT esse plano foi mantido com uma estratégia diferente. “Leilões, terceirização, venda de ativos e endividamento da empresa. Essa tem sido a política do governo federal. A nossa luta é pela reincorporação da Transpetro à Petrobrás e contra a venda de ativos. Nós não vamos permitir que o patrimônio do povo brasileiro seja privatizado”, afirma Fernando Borges.
Endividamento e privatizações
Na avaliação do Sindipetro, a crise e o endividamento da Petrobrás é fruto da corrupção, da propina com as empresas privadas e da desvalorização dos ativos. “A justificativa para as privatizações é o pagamento de uma dívida que não é dos trabalhadores, nem da população”, afirma Bruno Dantas, diretor do sindicato.
Ele argumenta que os trabalhadores da Petrobrás produziram em 2013 um lucro bruto operacional de R$ 70 bilhões de reais. Em 2014 o lucro foi de R$ 80 bilhões. “Nós estamos hoje produzindo 2,8 milhões de barris de petróleo por dia, 800 mil só no pre-sal. Ainda assim o governo já anunciou que pretende entregar cinco blocos do pre-sal e um do pós-sal, vender ações da BR Distribuidora, privatizar Unidades Termelétricas, as Fafens (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenado) e os poços antigos do nordeste”, diz.
Para o dirigente estadual da Central Sindical e Popular, CSP-Conlutas, Deyvis Barros, as privatizações significam desemprego, diminuição de salário e precarização do trabalho. “Nós já vimos esse filme, nos governos neoliberais de Collor e FHC. Não podemos deixar que essa história se repita. Basta de Dilma, PT, PMDB, PSDB, e todos os governos privatistas, que descarregam a carga da crise nas costas da classe trabalhadora brasileira”.
“A saída para a Petrobrás não é privatizar”
Para o Sindipetro, a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e a CSP-Conlutas, entidades que impulsionaram essa mobilização nacionalmente, a saída é lutar por uma Petrobrás 100% estatal e pública, controlada pelos trabalhadores, a serviço da população brasileira. Defendem que assim é possível garantir empregos, rebaixar as tarifas, como do gás de cozinha, dos combustíveis e da eletricidade, e melhorar a qualidade de vida.
“Nosso objetivo é impulsionar uma campanha nacional, a partir da criação de comitês de base nos locais de trabalho e de ações para dialogar e alertar a população. Em Sergipe e Alagoas nós já começamos a desenvolver essa ideia. Nacionalmente, no dia 20 de junho, no Rio de Janeiro, haverá uma plenária nacional de organização dos Comitês de Luta Contra a Venda de Ativos, convocada pela FNP”.

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